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Como atuar nas afecções podais dos bovinos?

Editoria: Vininha F. Carvalho 09/05/2012

Os problemas dos cascos em bovinos tem-se constituído em uma das mais prevalentes e dispendiosas doenças. Depois das mastites e dos problemas reprodutivos, as afecções podais são consideradas como uma das condições mais importantes, que afetam a produção e a produtividade dos rebanhos bovinos.

A atuação em afecções podais deve ter como base a gestão de um programa de saúde. Envolvendo, primeiramente, o conceito de gestão, ou seja, a organização de pessoas com atitude em busca de um objetivo comum.

Segundo, atuando com um programa de saúde efetivo, que envolva a prevenção e o tratamento das lesões que impactam a viabilidade do sistema de produção.

Com esta visão, a ação consiste em 3 etapas:

Diagnóstico da situação: - consiste em buscar informações da propriedade e dos animais. O levantamento destes dados é fundamental para construir o conhecimento da situação e saber como agir.

Os 3 pontos importantes são:

1- Investigar os fatores de risco:

- Os fatores de risco, para afecções podais, são as características do animal ou do ambiente (condições ou situações) que quando presentes aumentam a probabilidade de aparecimento ou agravamento das lesões nos cascos. O conhecimento e a identificação desses são importantes no estabelecimento de medidas para evitá-los, corrigi-los ou minimiza-los.

- Nível de produção dos animais: animais mais produtivos exigem dietas mais “pesadas”, com maiores riscos de alterações. São mais desafiados.

- Fase da lactação: os problemas podais são mais frequentes no início da lactação até 70 dias após o parto, aproximadamente.

- Instalações: boas instalações desempenham um importante papel no conforto e bem estar dos animais. Diversos fatores devem ser, como o tipo de piso, as camas, a ventilação, cochos e bebedouros, as trilhas, as áreas de descanso, etc.. Em geral avalia-se o conforto do animal.

- Higiene e umidade: excesso de matéria orgânica, umidade e piso abrasivo proporcionam uma alta taxa de desgaste do casco. Os riscos de infecções aumentam.

- Densidade animal: competições, redução do conforto e maiores dificuldades no manejo, higiene e umidade.

- Alimentação: a qualidade, quantidade e o balanceamento da dieta é essencial para uma boa formação e nutrição dos cascos. Sobras excessivas (+> 5%), fibras (mínimo 40-45%), tamanho da fibra (20% com 5 cm) e uniformidade da mistura são importantes serem avaliadas.

O homem é também considerado um importante fator de risco, uma vez que está diretamente associado à saúde dos cascos dos bovinos.

O manejo inadequado dos animais, desconsiderando o conforto do animal possui um grande impacto no surgimento de claudicações.

2- Escore de claudicação

Uma vez conhecidos quais são os fatores de risco envolvidos, o próximo passo é conhecer quem são e quantos são os animais que claudicam e que não claudica, isto é, quem manca e quem não manca. Este escore consiste em avaliar os animais em movimento.

As observações são feitas e registradas seguindo um padrão:

1- Animal com locomoção normal

2- Animal mostra pequeno desconforto

3- Claudicação leve

4- Claudicação moderada

5- Claudicação severa

Para uma boa avaliação do escore de claudicação é importante que os animais desloquem com naturalidade e tranquilidade. Um bom momento para fazer esta avaliação é na saída da sala de ordenha.

3- Identificação das lesões.

A última etapa para o diagnóstico da situação é a identificação de quais lesões ocorrem.

a) Lesões de origem traumáticas Estas lesões estão relacionadas com os fatores de risco relacionados ao ambiente, principalmente alta umidade, falta de higiene e piso abrasivo e úmido.

b) Lesões de origem infectocontagiosas e parasitárias Representado pelas lesões dermatite digital, coronite parasitária e estefanofilariose.

c) Lesões de origem metabólicas e nutricionais

Neste grupo estão a laminite e suas sequelas.

Após a identificação e levantamento das lesões, o próximo passo é o controle.

Controle da situação.

Atuar com base nos fatores diagnosticados.

1- Minimizar os fatores de risco identificados no diagnóstico da situação

2- Pessoas capacitadas e motivadas. Desenvolver uma equipe comprometida, treinada e com atitude na situação.

3- Casqueamento de rotina O tratamento das lesões identificadas e o casqueamento preventivo envolvem o aparo funcional dos cascos.

4- Pedilúvio. Utilização continua de pedilúvio é importante ação para tratamento e prevenção das afecções podais.


- Monitoramento da situação:

Monitorar constantemente a situação.

1- Escore de claudicação

2- Registro de ocorrências

3- % de animais mancos na maternidade

Fonte: Emerson Alvarenga