Editoria: Vininha F. Carvalho 12/07/2013
O Diário Oficial da União da sexta-feira (21/6) apresentou mais um ganho para o Brasil e para a sociedade. Por meio da Lei 12.829, datada de 20 de junho de 2013, a presidenta Dilma Rousseff sanciona a criação do Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais, no Estado do Paraná. Sua importância para a conservação marinha levou à elaboração, em 2002, de um Projeto de Lei (no 7.032) para a criação do Parque.
O objetivo é proteger os ecossistemas das Ilhas dos Currais, bem como os ambientes marinhos dos limites do seu entorno, permitindo ainda a proteção e controle de relevantes áreas de nidificação de várias espécies de aves e de hábitat de espécies marinhas.
As ilhas dos Currais formam um pequeno arquipélago a 6,2 milhas da costa, em frente à Praia de Leste, no município de Pontal do Paraná (PR), composto por três pequenas ilhas e quatro grupos de recifes artificiais localizados no seu entorno.
A primeira ilha possui apenas um pico de pedra alto sem vegetação, a segunda um pouco mais baixa e a terceira, bem maior, apresenta vegetação apenas em seu cume.
As ilhas não possuem praias, apenas costões de rochas e pedras que afloram do mar. Vivem na área mais de 8 mil aves, chegando a nascer cinco mil atobás nas ilhas. Daí a ilha ser o principal berço desta ave em todo o litoral brasileiro.
O entorno das ilhas também serve de proteção para o mero, o maior peixe ósseo do Atlântico Sul, que está ameaçado de extinção. Os peixes se abrigam em recifes artificiais e recifes naturais, estes últimos, um dos motivos da necessidade de conservação da área.
Para o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, a criação do Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais é um ganho para toda a sociedade brasileira.
"O desafio será, a partir de uma boa gestão, conciliar as atividades de interesse local, como o mergulho, com a conservação de todo esse ecossistema do qual essas espécies dependem".
A criação do parque vem ao encontro do objetivo do Governo Federal de, até 2020, ter 10% das áreas costeiras e marinhas protegidas na forma de unidades de conservação – proposto na 10ª Conferência das Partes (COP-10), em Nagoia (Japão), em 2010, para a Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB).
Além da importância ecológica, o arquipélago é amplamente utilizado pelos pescadores artesanais do litoral do Paraná, sendo um dos principais polos pesqueiros do estado.
Daí a necessidade de se gerar conhecimentos acerca da biodiversidade marinha e das atividades de pesca para a adoção de medidas de manejo eficientes.